A maioridade dos 18 meses

Ei filhinha,
Hoje é um dia pra lá de especial. E não é porque é só seu mêsversário não!
Mas porque é seu décimo oitavo mêsversário. É um desses especiais, que vale a pena comemorar e que funciona como um divisor de águas no desenvolvimento. E, também, porque hoje está acontecendo um fenômeno que acontece de quatro em quatro anos, chamado ano bissexto. Quer dizer que esse ano de 2012 tem um dia a mais que o ano passado, ou que o ano que vem, e o dia é justamente hoje, dia 29 de fevereiro!
Mas ah, deixa que isso você aprende depois, hoje eu quero falar de uma outra obra do universo, que é justamente as crianças, mais especificamente os bebês nessa idade em que você se encontra, 1 ano e meio. Essa é uma fase tão, mas tão, mas tão boa, que a mãe-natureza logo deu um jeito de equilibrar as coisas, ou os pais viciariam e iam querer um filho atrás do outro (e olha que mesmo assim a gente acaba querendo mesmo).
Para compensar tanta fofura, aprendizado, gracinha, vocês ficam também umas criaturas desobedientes, que querem fazer tudo o que não devem e ainda se afirmarem como independentes. Sem falar, claro, nas birras. É, as descobertas são das coisas boas e das ruins também, para o nosso desespero!

Ao mesmo tempo que você joga o arroz e o açúcar no chão, você me olha como quem acabou de descobrir um novo continente, e que está se divertindo muito! Nessas horas eu respiro, explico que não pode, mas a vontade mesmo é de sentar lá para brincar com você. Mas filha, não pode, viu??
Tem também as coisas que REALMENTE são perigosas, e podem machucar, como tomadas, facas pontudas, subir no sofá e brincar de "pupu-wa", e nessas filha, eu não tenho tolerância. É quando você chora, e chora, mas não tem como eu ceder - nem se eu quisesse.
Esse mês foi tão cheio, e muito bem aproveitado, mas não tem como deixar de pensar que foi ontem mesmo o seu primeiro dia de aula! Hoje você chega em casa batendo as mãozinhas como quem canta "soco, soco, bate, bate", seu primeiro aprendizado da escola, e eu nunca vou me esquecer! E assim que chegou da "aula" de rasgar papel, foi direto no quarto dos titios e rasgou um livro deles. Ainda bem que só aconteceu uma vez. Tudo é descoberta para vocês nessa fase, e cabe a nós mostrarmos como deve fazer, isso se puder fazer, claro! Mas os limites não são tão bem aceitos assim para uma pessoinha de 18 meses, lembra?

Se cuidar de crianças assim é esse turbilhão de sentimentos, imagino como é SER essa criança! Sim, porque se é uma novidade atrás da outra para nós, adultos (ou quase isso), para vocês então, TUDO, eu digo TUDO é novo, e tem que ser descoberto!

As palavras saem da sua boca como música, e eu amo ouvir você repetir cada palavrinha nossa, tentar formar frases e às vezes até conjugar os verbos! Esse era o momento tão esperado por mim... ver você falando pelos cotovelos, tudo e com todos! Acho lindo! E, claro, o tal do equilíbrio apareceu de novo, e agora você aprendeu o "niaum". Tá que eu acho fofo... uma das palavras mais gostosas de ouvir você falar. Mas, você fala quando não quer sair do banho, ou não quer devolver algo para alguém, ou ainda, quando não quer almoçar. E, como a mamãe sempre diz: "não é não". Isso sim, você aprendeu direitinho e fica firme na sua decisão até que algo brilhante ou colorido chame sua atenção e então você se esquece a revolta! Ufa!

Estamos aqui, presas nessa montanha russa que é ser mãe e filha. Um paradoxo sem fim. Mas, o mais importante, é que estamos juntas, e estaremos sempre! E não pretendo que isso mude, nunca, nunquinha!
É, ninguém falou que ia ser fácil. Todos falaram que seria a coisa mais gratificante e gostosa do mundo. Alguns sabiam o que estavam falando, outros não, só repetiam. Mas o que EU não sabia, era que um sorriso ao final do dia, isso sim é gratificante; uma mãozinha me puxando para brincar, isso sim é gostoso; ser mãe, e ser a SUA mãe, ah, isso sim, é a maior felicidade que eu poderia ter na vida!

Eu te amo tanto, tanto, que quando penso não consigo organizar as ideias, só consigo pensar que eu quero estar ao seu lado para sempre, para rir, chorar, estudar, brincar, viajar, descobrir, errar, amar, e, lembre-se, juntas. Sempre. Juntas!

Com muito amor, 

Mamãe!