domingo, 25 de julho de 2010
"Um tapinha não dói", mas também não educa!
Como uma complementação de um post do mês passado a respeito dos pais que batem em seus filhos, venho hoje falar do projeto de lei proibindo as palmadas.
Nem preciso dizer que sou ABSOLUTAMENTE a favor da aprovação da lei. Por mais que esta não seja devidamente cumprida, como ocorre com tantas outras, não custa nada tentar mudar essa nossa cultura de que "a criança só aprende no tapa".
É um absurdo as pessoas que desaprovam a lei, principalmente em se tratando das mães.
Em primeiro lugar, quando o pai bate no filho, ele ensina que bater é um meio de se impor sobre outra pessoa (um coleguinha de sala, por exemplo). Lembrem-se: "Violência gera violência".
Ameaçar a criança dizendo que se fizer algo errado, ela irá apanhar na verdade não ENSINA nada à mesma. Pode ser eficaz, mas não é eficiente! Como assim?
A criança irá fazer o dever, por exemplo, pois tem medo de apanhar, e não porque ela entende o quão importante é o conhecimento que ela terá ao fazê-lo. E, pior ainda, quando ela, com isso, chega a seguinte conclusão: "É só eu não ser apanhada, e estará tudo bem, afinal, ninguém irá me bater se não souber o que fiz". Assim começam as mentiras. Se a criança não entende o porque algo é errado, ela fará quando não tiver ninguém a ameaçando.
Os pais, acima de qualquer coisa, precisam ser criativos para demonstrar as coisas aos filhos. Devemos sempre nos lembrar que estamos criando uma nova pessoa, isto é, ela ainda não sabe o que é certo e errado, nem o que deve ou não fazer. Os nossos filhos são reflexo daquilo com que eles convivem - teoricamente, os pais. Apesar de imatura e inexperiente, a criança tem total capacidade de entender uma convsersa se assim o fizermos desde cedo.
A partir do momento que a criança apanha quando faz algo errado, um limite é estabelecido. Ela aprende, naquela hora, que ela estará fazendo algo errado apenas se a mãe ou o pai chegarem ao ponto de lhe dar uma palmada. Ou seja, as palmadas não cessarão até que ela deixe de ser aquela frágil criança.
Conversando com minha amiga, que também é mãe, percebi que este limite também é imposto quando os pais gritam com os filhos. Ou seja, o filho só parará com algo se o pai gritar.
Ainda bem que a Diana, minha amiga, me mostrou esse ponto de vista, pois eu mesma grito às vezes com meus irmãozinhos. Agora eu também conto até dez para não gritar, e pretendo já ter parado com essa terrível mania quando tiver de chamar atenção da minha filha.
Eu mesma já apanhei bastante da minha mãe quando criança (nunca fui espancada, eram "apenas" palmadas), porém meu pai nunca me bateu. Digo com toda certeza do mundo, aprendi muito mais com as conversas e castigos que ele me dava. Eu sabia que quando apanhava era porque minha mãe perdia a paciência, porém, se meu pai entrasse no meio (repito, com a conversa e o castigo) eu sabia que tinha feito algo realmente errado e parava para pensar. Tenho certeza, existem por ai muitas pessoas com experiências parecidas com a minha, e que eu espero, coloquem em prática com seus filhos o que aprenderam.
Se alguém lhe questionar o porque de não bater nos filhos, retruque, e pergunte se esta pessoa bate e grita com o professor ou chefe de trabalho quando fica irritada. Aposto que ela se controla. Esta é mais uma coisa que falta nos pais em relação aos filhos, o auto-controle. "Pais devem proteger os filhos. Não só do mundo exterior, mas das emoções que eles ainda não são capazes de controlar", diz Célia Terra, uma professora de Psicoterapia Infantil da Psicologia da PUC-SP que aprova a lei.
A criança merece ser tratada com respeito. Não é porque ela é pequena e frágil, que tem que apanhar para aprender. Muito pelo contrário. Sim, temos autoridade sobre nossos filhos, mas isso não nos dá o direito de bater ou fazer com eles o que não gostaríamos que fizessem conosco.
Pensem nisso!
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