Mamãe canguru

Depois de 4 horas lendo o blog da Lia, mamãe blogueira com a qual eu me identifiquei muito, e mais 30 minutos de banho, venho aqui escrever um pouco... Li tanta coisa, desde a concepção dela até poucos meses de vida da Emília (sua filha), que assunto é o que não me falta, mas sim de inspiração, mas, vamos lá... é só começar que vem!

Tem um serzinho muuuito importante crescendo aqui dentro de mim há 37 semanas e meia, mas a verdade é que às vezes ainda me sinto um pouco alheia à essa mudança toda que está acontecendo na minha vida. Depois que pudemos chamá-la pelo nome, e depois que comprei quase tudo do enxoval, ela ficou mais real, porém ainda é bem estranho conversar, cantar e amar alguém que eu nunca vi e que não entende as coisas que eu falo - pelo menos ela escuta minha voz, e isso já ajuda bastante.

Cá entre nós, a mágica da gestação passou, e não vejo a hora de ter o meu corpo de volta, ou pelo menos a liberdade de não ter estar carregando algo equivalente a um saco grande de laranjas 24 horas por dia na cintura. Cansei de ser "gravidinha" (como me chama o Lucas).
No início adorava os elogios de: "Nossa! Mas 5 meses já? Você não tem barriga nenhuma!", apesar de estar ansiosíssima para ter aquela pança! O espaço entre a barriga antes da gestação e o barrigão lindo e redondo não é lá grande coisa. Antes não tem nada, depois vem a barriguinha de chop, e DO NADA, a barriga vira uma bola de voley, e logo evolui para bola de basquete (que é a fase em que me encontro). Bom, pelo menos comigo foi assim.

A barriga é linda? CLARO! Eu acho, e fico a admirando todo santo dia na hora do banho, principalmente, ou quando passo em frente ao espelho... sem falar nos carinhos circulares constantes na barriga (que agora pra mim não é mais minha barriga, mas puramente um casulo pra Lara, que daqui a pouco sai e vem ser a minha borboleta mais linda e fofa do mundo).
Pelo menos eu não a sinto pesada, e às vezes quando estou deitada me dá a sensação de que a Lara não está mais aqui (sensação horrível essa! Parece mais um pesadelo). Tem o lado ruim de eu esquecer a barriga (além dos momentos "pesadelo"), estou sempre esbarrando em paredes, móveis e pessoas.
Além desse desconforto todo para me locomover, levantar, sentar, abaixar, dormir... tem também a parte "baixa autoestima" por eu estar usando sempre as mesmas roupas, afinal, são poucas as que ainda me servem e deixam nós duas confortáveis.

Quando eu não tinha barriga babava em cima das mães com barrigão! Agora que sou uma mãe com barrigão, babo em cima das mães que já tem seus filhos nos braços. Mesmo sabendo que a minha estará aqui fora logo - uma semana, duas talvez, três no máximo - mas esse logo demooooora pra passar!
Hum... pensando aqui, vai ser BEM estranho também depois do parto, pois vou sentir de uma vez a barriga esvaziando, e eu perdendo uns 4/5kg (sei lá quanto se costuma perder no parto) de cara! E então terei que preencher o vazio e voltar a ser uma 'mamãe canguru' com o uso do sling (pano que amarramos o bebê contra nosso corpo), né!

ADORO os elogios e os olhares pasmos pelo tamanho da barriga, mas além disso, também quero logo a Lara aqui fora comigo, até porque não vejo a hora disso tudo, que por enquanto parece não passar de planos e sonhos, se tornar real e palpável, e eu poder ter minhas próprias experiências maternas e não mais gestantes - e, claro, contar todas aqui!

Enquanto isso, vou dar um toque de Poliana nessa despedida da pança, e curtir que tenho a Lara comigo 24 horas por dia, e posso ficar imaginando como ela será e o que está fazendo um morro na minha barriga - seria o pé? a mão? o joelho ou cotovelo? Disto com certeza eu já sei que sentirei muita falta!